Como todos sabem, neste fim de semana aconteceu o primeiro fim de semana do Rock In Rio 2013, com muito pop e rock de alta qualidade. Foram vários show e, com certeza, não dá para ver, que dirá comentar todos os shows... então resolvemos um rápido resumo de tudo o que de melhor aconteceu nestes 3 dias de festival.
A começar, este ano o festival homenageou os dois primeiros grandes ícones do rock brasileiro com dois shows em homenagem a eles: Cazuza e Raul Seixas. O show de Cazuza aconteceu no primeiro dia e encantou a todos, até mesmo quem não conhecia muito da obra dele. Destaque para a performance de Ney Matogrosso, a despeito de sua idade e tipo de música que faz, encantou muito os jovens, o que foi, culturalmente falando, a mais grata surpresa deste dia.
Após este show, subiu no palco mundo a Ivete Sangalo, que fez geral pular e, como sempre, dominou o público do festival com uma maestria que só ela tem neste país. Apesar disso, ela não se apresentou com a mega produção da época em que lotou o Madson.
Após Vevete, quem ocupou o
palco foi David Guetta, que fez um som incrível! O show foi tão bom que chega a ser difícil de descrever, só assistindo mesmo para se poder sentir a emoção que ele gerou com suas batidas e discotecagem.
Para finalizar a noite, Beyoncé fez o show mais esperado e também fez o show que mais dividiu opiniões.
Alguns amaram e acharam que divou perfeitamente no palco, outros sentiram incomodados com tanta troca de roupas, interludes, bundas em excesso, poucas letras cantadas pela Bey e muitas ausências do palco.
No nosso conceito, a Beyoncé tem um som bem acima da média do pop atual, na verdade, seu show tem um som tão orgânico que me lembram as produções pop da década de 1980. Pena ela investir em tanta parafernália sem sentido artístico. Seu show seria bem melhor se fosse só ela cantando com a banda e dançando... Os efeitos visuais ofuscam o seu talento musical e, infelizmente, não conseguem encantar. A qualidade de um show não se mede pela quantidade de trocas de roupas ou quantos filminhos são passados ao longo do show... estas coisas e tantos outros recursos que ela usa deveriam estar alinhados com a proposta e mensagem que ela quer passar, mas não é o caso, por isso não contribuem com o show, mas ofuscam seu talento musical... tem músicas que ela só dá uns gritinhos e gemidos... ela pode oferecer muito mais do que isso, e muito, muito mais do que tantas bundas voando na cara do espectador.
No segundo dia, os Detonautas subiram no palco Sunset e fizeam uma apresentação que não entendemos o porquê de não estar no palco principal. A voz do vocalista não é exatamente a mais indicada em termos de timbre e alcance para se fazer um cover do Raulzito, mas ainda assim o show foi épico e muito emocionante. Contou com a participação de Zeca Baleiro, Zélia Duncan, do presidente do fã clube de Raul Seixas e até a esposa e filha do cantor estavam presentes na apresentação. A apresentação foi bem completa e, a despeito da questão da voz levantada aqui, ninguém poderia ter feito uma homenagem tão completa quanto os Detonautas fizeram ao nosso eterno pai do rock. Durante este show rolou o primeiro momento politizado do festival, com o público gritando palavras de ordem contra Cabral, político carioca, e com o próprio vocalista criticando a proibição das máscaras em manifestações públicas: "o congresso deveria estar mais preocupado em aprovar leis para o bem do povo, que estão lá mofando por anos e não em querer proibir o uso de máscaras" e ainda lembrou que os políticos querem proibir o uso de máscaras, mas não querem abandonar o voto secreto.
No palco principal, o Capital Inicial deu o start da noite, com uma apresentação honesta, em que o vocalista parecia estar bastante nervoso, porque errou a entrada de algumas músicas no início do show. O ponto alto da apresentação foi quando a banda fez todo mundo se emocionar ao extremo com a homenagem ao CBJr. Lindo demais ver tanta gente cantando ''só os loucos sabem'' depois desse fim trágico da banda.
É claro que comparar Beyoncé com Florence é uma coisa quase impossível, mas também quase impossível, porque o que se esperava era que fosse o dela o show mais marcante do primeiro fim de semana do festival. Cada uma tem seu estilo musical, seu público alvo, seu objetivo e meta profissional, mas guardadas as devidas proporções, a gente queria fazer uma pequena comparação, porque durante o show impecável da Florence, a gente se lembrou do show da Bey em diversos momentos... queríamos muito ver a Bey se valendo da Florence como referência de palco, porque a mulher simplesmente detona! Sozinha consegue preencher o palco inteiro, descalça, consegue movimentos muito mais naturais e contemporâneos do que a Bey, com todo o treinamento de dança que tem. O show da Florence teve um ritmo fantástico e não precisou de nenhuma das parafernálias do pop para conseguir encantar.
O fechamento da noite foi com o Muse, que fez um show homogêneo e que agradou a praticamente todo mundo que assistiu. Os caras têm um jeito diferente de se apresentar, com foco nas luzes e posturas, e tem umas músicas que são ao mesmo tempo pesadas e leves. Foi um show como o do Guetta, foi tão bom que é difícil descrever.
O último dia contou com uma vibe mais cabeça, e com mais apresentações marcantes no palco SunSet. A começar com Nando Reis, que chamou Samuel Rosa, do Skank, para dividir a segunda metade do show com ele. O show do Nando foi massa, sempre é! Mas a entrada do Samuel Rosa deu um UP na energia... dois "hiteiros" no mesmo palco só podia dar em coisa muito boa!
Outra apresentação lendária deste palco foi a da banda Kimbra com participação do Olodum. O show já vinha muito massa durante toda a apresentação, mas quando eles começaram com o batuque de They Don't Care About Us, de Michael Jackson, a coisa se transformou. Kimbra conquistou respeito com esta apresentação de TDCAU. É difícil um vocalista levar uma música de Michael tão bem como ela levou esta. E o Olodum também, parece que ficou absurdamente inspirado com esta música. A energia foi tão pra cima neste hino do rei do pop que o show da banda já parecia ter acabado depois dela... Se Florence fez o melhor show do fim de semana, foi de Kimbra a apresentação da música mais marcante.
No palco principal, Jota Quest fez uma apresentação muito energética e Jessie J encantou não somente com aquilo que apresentou no palco, mas também com a sua humildade e o relacionamento com os seus fãs. Ela se coloca de igual para igual com eles e os trata com uma dignidade tão grande que é uma coisa muito rara de se ver por aí.
Alicia Keys subiu ao palco em seguida, com uma apresentação de cair o queixo. Que qualidade musical é aquela? A mulher dança, canta, toca e tem uma voz alucinantemente boa! A gente não conhecia a fundo o trabalho dela, mas ficamos boquiabertos com o que ela apresentou.
Justin Timberlake acabou sendo a grande estrela do fim de semana no âmbito do pop. Sei show foi redondo, com um fluxo perfeito de sequenciamento de músicas e performances que deixaram suas fãs enlouquecidas. Apesar de fazer um pop com uma qualidade e requinte necessários para atingir um público mais maduro, foi incrível ver a quantidade de jovens que se derreteram perante o charme do cara. Com certeza ele conquistou muitas fãs de idade mais jovem aqui no Brasil com esta apresentação no Rock In Rio.
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